VERSIÓN PORTUGUÉS Jogos Florais História essência e vida

FLÁVIO ROBERTO STEFANI

1. HISTÓRIA


ORIGEM:

Diversos autores já se ocuparam deste assunto: Aparício Fernandes, Luiz Otávio, Eno Teodoro Wanke, Otávio Venturelli, Armando de Carvalho Barros, entre eles. Definitivamente, não há unanimidade. De minha parte, tendo tido contato com o evento há quase quatro décadas, fico com o Aparício e o Luiz Otávio, mais coerentes, vez que, na Idade Média, muitos pensadores se inspiravam nos antigos, vale dizer Roma e Grécia. Em ambas, é preciso ressaltar, tanto a poesia como a música, foram muito valorizadas pelo povo e, especialmente, por seus mandantes (imperadores, reis, generais, governadores), pois esta história de “pão e circo” é tão antiga quanto o mundo.

Assim, não tenho receio algum em afirmar que as verdadeiras raízes dos JOGOS FLORAIS Roma Antiga, onde se celebrava uma grande festa popular em homenagem a Flora – deusa das flores e dos jardins, amada de Zéfiro e mãe da Primavera.Flora é uma das mais antigas divindades itálicas. Inicialmente venerada como deusa das sementes e dos frutos, transformou-se na deusa que presidia tudo aquilo que florescia, por isso mesmo a deusa das flores e dos jardins, como dito acima. Ovídio, identificando Flora à ninfa grega Clóris, relata-nos o seu casamento com Zéfiro, o deus da brisa ligeira. Os romanos instituíram, em sua honra, jogos anuais, que eram celebrados na primavera. Na época dos Imperadores, esses eventos foram se transformando, aos poucos, em competições poéticas, promovidos por assembléias literárias, cujos vencedores recebiam aclamação pública e eram coroados de rosas, de mirto e de loureiro. O tempo passou.

Na Europa Medieval, o romantismo da época propiciou o aparecimento da poesia trovadoresca, baseada em estruturas poéticas diferentes das do moderno troveirismo. O trovador mais antigo que se conhece, Guilherme de Poitier, Duque de Aquitânia, viveu de poesia trovadoresca teve o seu período áureo no século XII, entre 1140 e 1250, após o que foi decaindo de ano para ano. Como sempre, em todos os lugares, esse fato começou a ser percebido, especialmente nos meios literários. Até que, em 1323, em Tolousse, na França, um grupo composto de sete poetas organizou e fundou a Academia dos Jogos Florais que, de saída, promoveu um concurso poético, oferecendo ao vencedor uma violeta de ouro. Inúmeros poetas participaram desse certame, que teve sua festa de encerramento no dia 1 de maio de 1324, e cujo vencedor foi o trovador Arnald Vidal, de Castelaudary, obtendo o 1 lugar com uma poesia sobre a Virgem Maria. Notando que o evento obtivera o sucesso desejado, e sobretudo para preservá-lo, foi criado o “Consistório dos Sete Mantenedores”, que se compunha dos próprios poetas fundadores da Academia, pelo menos inicialmente. O evento passou o ser realizado anualmente, premiando sempre os poetas vencedores com jóias de ouro e prata, em formato de diferentes flores: violetas, rosas, cravos, etc. Dizem alguns compêndios que originou-se daí a denominação JOGOS FLORAIS, mas, como indaga Aparício Fernandes (A Trova no Brasil) “é possível que os poetas tolossanos tenham também levado em conta a Deusa Flora e a tradição dos antigos romanos”. Parece mais sensata essa idéia.

Anos mais tarde, em 1363, D. João I, de Aragão, criou em Barcelona, na Espanha, o Consistório da Gaia Ciência – ciência do belo, representado em forma poética, promovendo também Jogos Florais, e elegendo anualmente uma rainha. Pode estar aí o surgimento da Musa dos Jogos Florais, hoje figura obrigatória em todos os eventos promovidos no Brasil, e que podem desempenhar um papel relevante em termos de graça, beleza, relações públicas, simpatia e tudo mais.Figuram entre os vitoriosos dos Jogos Florais da Idade Média alguns dos maiores vultos da literatura francesa: Volteire, Chateaubriand, Victor Hugo, Lamartine, Copée, entre outros. O encerramento do evento era abrilhantado, às vezes, com a presença do próprio rei.

Diversos países assimilaram os JOGOS FLORAIS. Portugal foi um deles, talvez o principal. A Emissora Nacional, de Lisboa, os promovia todos os anos, elegendo, em cada edição, o príncipe dos poetas portugueses. Também eram promovidos em Coimbra, Porto, Figueira de Foz, Almada, Angra do Heroísmo, Quelimande, etc. E assim também nas províncias da África, em cidades de Angola, tais como Benguela, Cubal, Nova Lisboa, Ganda, Armação de Pera, Lobito e outras. Acredita-se que a trova tenha sido introduzida nos Jogos Florais justamente em Portugal, onde havia muitos poetas cultores desse gênero poético. Ainda hoje se realizam diversos Jogos Florais em Portugal, promovidos por emissoras de rádio, jornais e entidades culturais. O “Jornal de Notícias”, do Porto, realiza, anualmente, desde 1920, um Concurso de Quadras de São João, recebendo milhares de “quadras”, pois é assim que é conhecida a trova em Portugal, chegando a receber quinze mil num ano. Assim também na Itália e até no Chile, onde se tem notícia de que foram promovidos Jogos Florais no início do Século XX.

Na cidade de Santos, nos anos de 1914, 1915 e 1916, foram promovidos Jogos Florais, pelo Liceu Feminino Santista, tendo por base gêneros poéticos que não a trova, sabendo-se pouco ou quase nada à respeito, pois não há registro escrito consistente para um estudo mais apurado. O que se sabe, sim, é que não logrando êxito, a idéia foi abandonada.

O marco, na verdade, dos JOGOS FLORAIS no Brasil é 1958. Nesse ano,LUIZ OTÁVIO e J. G. DE ARAÚJO JORGE foram vitoriosos num concurso de trovas promovido pela Casa da Bahia, com sede no Rio de Janeiro, sob orientação do poeta e trovador Jayme de Faria Goes, cujo prêmio era uma viagem a Salvador, com todas as despesas pagas. De volta ao Rio, onde residiam, trocaram idéias durante a longa viagem de navio, sugerindo a introdução dos JOGOS FLORAIS no Brasil, a exemplo do que já acontecera em outros países da Europa e África, estudiosos que eram da matéria. Desde logo, uma vez que eram cultores e apaixonados por trova (Luiz Otávio, dois anos antes – 1956 – havia lançado a coletânea “Meus irmãos, os trovadores”, considerada até hoje o marco do movimento trovadoresco brasileiro, reunindo 3.000 trovas e comentários sobre as mesmas e seus autores), estabeleceram que os JOGOS FLORAIS no Brasil teriam como base concursos de trovas. Como ambos iam seguidamente a Nova Friburgo, por terem sítios no município, conhecendo pessoalmente o Prefeito e os poetas da cidade, decidiram levar a idéia para aquela cidade, que reunia ainda muitos outros atrativos: rede hoteleira excelente, clima ótimo, restaurantes e infra estrutura turística. A idéia foi, de pronto, aceita pelo Prefeito, Sr. Amancio Azevedo, seguida pelos proprietários de restaurantes, hotéis, o comércio, a imprensa, tal como acontece agora, quarenta e oito anos depois, às vezes em maior ou menor intensidade, embora tenham trocado prefeitos, vereadores, partidos, donos de restaurantes e hotéis, etc etc. Os JOGOS FLORAIS estão tão arraigados em Nova que a cidade hoje, se fosse cancelado o evento, não seria a mesma, faltaria sempre "alguma coisa"... Em Câmara de Vereadores da cidade aprovou lei denominando ”Nova Friburgo, a cidade das Trovas”.

Foram, então, em 1960, realizados os I JOGOS FLORAIS DE NOVA FRIBURGO, sob os auspícios da Academia Friburguense de Letras, uma vez que ainda não existia a União Brasileira de Trovadores, fundada em 1966, quando assumiu de vez o evento. O tema do concurso de trovas foi AMOR, e o 1 colocado foi o trovador mineiro, de Belo Horizonte, RODRIGUES CRESPO. A seguir as dez trovas vitoriosas e seus autores:

Não me chames de senhor,que não sou tão velho assim, e, ao teu lado, meu amor, não sou senhor...nem de mim!

RODRIGUES CRESPO (Belo Horizonte/MG)
Eu amo a vida, querida, Só pelo bem – que há na vida, de se poder querer bem.

ANIS MURAD (Rio de Janeiro/RJ)3 lugar Eu sigo na minha rota, Causaram minha derrota minhas vitórias no amor.

COLBERT RANGEL COELHO (Rio de Janeiro)lugar Duvidas que numa trova eu encerre o nosso amor? Na hóstia tu tens a prova:

JESY BARBOSA (Campos/RJ O lago nunca se esquece

RAUL SERRANO (Rio de Janeiro)
Tens vazio o coração...
Não ter amor é pobreza

JESY BARBOSA (Campos)


Se toda gente soubesse como custa querer bem, quanta gente gostaria
OCTAVIO BABO FILHO (Rio de Janeiro)lugar Não te prendas mais à dor pois quem quer morrer de amor

WALTER WAENY (Santos/SP)

lugar
Toda a beleza da vida,
todo o encanto, dela vem
de a gente saber, querida,
que é toda a vida de alguém.

LEILA RIBEIRO FERREIRA (Belo Horizonte)


lugar
Busquei no amor, não se iludo,
a desventura que quis.
Nesta vida, amar é tudo, é mais do que ser feliz!

CLÉA MARINA (Rio de Janeiro)


A divulgação do concurso, assim como do evento como um todo, coube ao jornal O GLOBO, do Rio. A Viação Friburguense colocou um ônibus à disposição, para transporte da caravana de trovadores, a partir do Rio de Janeiro, como faz até hoje. Cada hotel concedeu uma quota de diárias, os restaurantes deram a sua contribuição, o comércio e a indústria (Nova Friburgo tem inúmeras indústrias de lingerie, cobiçada pelas mulheres) preparam brindes. As festas foram realizadas nos dias 13, 14 e 15 de maio da 1960, com a presença de autoridades e intelectuais, entre os quais o Prefeito cidade, Dr. Amâncio Azevedo, Antonio Olinto, do Jornal O GLOBO, o romancista JORGE AMADO, e tantos outros.

Assim, Nova Friburgo passou a ser conhecida como o “berço dos Jogos Florais no Brasil”, título dado pelo próprio Luiz Otávio. É preciso dizer, no entanto, que, em 1959, houve dois eventos semelhantes, que não reclamaram para si este título, sabe-se lá porque: o programa “TV Poesia”, da TV Rio, apresentado por J. G. de Araújo Jorge (semanalmente era escolhida um trova por um corpo de jurados e, na finalíssima, eleita a campeã, tal como havia no Programa Sílvio Santos lá pela década de 80, com a denominação de ‘a quadrinha da semana’), e a Revista “Vida Doméstica”, concurso do qual o próprio Luiz Otávio foi julgador. Provavelmente porque utilizaram-se apenas da denominação “Jogos Florais” quando, na verdade, tratavam-se apenas de concursos. Mais adiante veremos a diferença entre um e outro.


2. ESSÊNCIA

CONCURSOS DE TROVAS

Os Jogos Florais iniciam sempre por um ou mais Concursos de Trovas, condição tramada e bem conduzida por Luiz Otávio e J. G., já citada anteriormente; eles formam a base do evento. Sem concurso de trovas, não há Jogos Florais. Aliás, tenho para mim, que todo grande concurso em que se fazem festividades no seu final, na verdade, são Jogos Florais disfarçados de concursos (Exemplos: Concursos de Trovas de São Paulolo, Concurso de Trovas de Belém, Concursos de Trovas de Barra do Piraí). Pode-se, no entanto, acrescentar outros concursos (de crônicas, contos, sonetos, haicais, fotografias, poesia moderna, etc). Então, a entidade promotora ou realizadora do evento se reúne e começa a tratar do mesmo a partir de um ou mais concursos. Logo adiante vamos explicar o porque desse “ou mais concursos”. E a primeira providência que se toma é a formalização de um regulamento para o concurso, indicando aos concorrentes as diretrizes que devem seguir para participar do mesmo. São ditadas, então, as normas. Fornecemos, a seguir, um modelo de regulamento, que, é óbvio, pode ser alterado, segundo conveniências particulares de cada evento.


FESTIVIDADES:

As festividades dos Jogos Florais são, justamente, o diferencial entre os demais concursos poéticos e literários verdade, as festas de Jogos Florais é que forjaram a denominação de confraria dos trovadores brasileiros. Confraria esta que só existe entre os trovadores; não existe, por exemplo, entre os jogadores de futebol, os pilotos automobilísticos, os cantores, etc etc. E porque existe esta confraria? Porque as festividades de Jogos Florais são, antes de tudo, grandes encontros de fraternidade, de troca de idéias, de fortalecimento de amizades. Jamais de “igrejinhas”, como tentaram alardear. Em verdade, esses grandes e importantes encontros de trovadores que se realizam em todo o território nacional, tem propiciado o surgimento de novos trovadores e brilhantes e antológicas trovas. Não tenho dúvida nenhuma de que a convivência é sempre um estímulo para a criação. Nas festividades, às quais acorrem os vitoriosos, obrigatoriamente, na medida em que puderem, convidados, intelectuais, jornalistas, apoiadores e colaboradores são realizadas recepções, recitais, lançamentos de livros, missa em trovas, refeições típicas, sessão solene de entrega de prêmios, passeios históricos e turísticos, como veremos, especificamente, mais adiante.

Tornou-se quase obrigatória a edição de um livro ou livrete com as trovas vitoriosas, comissões, diretorias e os colaboradores ou patrocinadores, não importa a tiragem (quanto mais, melhor) que é sempre distribuído gratuitamente aos trovadores participantes e aos presentes às festas. É o registro escrito do evento, que deve ser remetido a bibliotecas, professores, autoridades e imprensa. O livro, assim como a estada e as refeições (quando possível, é claro), devem ser uma complementação da premiação aos vitoriosos.

ENTREGA DE PRÊMIOS:

A Sessão máxima das festividades dos Jogos Florais deve ser a solenidade de entrega de prêmios. Deve ser escolhido um local adequado, amplo, sendo que, antecipadamente, devem ser dispostos numa mesa especial os troféus, medalhas, diplomas, homenagens, brindes, etc, tudo na devida ordem para que não haja contratempos na hora da entrega.

A esta devem obrigatoriamente ser convidadas as autoridades do município, mesmo que não tenham colaborado em nada. Pode-se abrilhantar a solenidade com mini-palestra sobe a trova, apresentação musical, telão, uma refeição (almoço, jantar ou coquetel), danças, etc. O Hino Nacional, na abertura da sessão, lhe empresta um ar cívico e de seriedade. É quase que uma obrigação.

A sonorização do ato é também obrigatória, até para que se ouça com exatidão as trovas ditas pelos próprios autores que, às vezes, não são bons declamadores.

VERSIÓN español JUEGOS FLORALES-Historia, esencia y vida.

1. HISTÓRIA

Diversos autores ya se ocuparon de este asunto: Aparício Fernandes, Luiz Otávio, Eno Teodoro Wanke, Otávio Venturelli, Armando de Carvalho Barros, entre ellos.

Definitivamente, no hay unanimidad. De mi parte, tengo todo el contacto con el evento hace casi cuatro décadas, quedó con Aparício y con Luiz Otávio, mas coherentes,ya vez que, en la Edad Media, muchos pensadores se inspiraban en los antiguos, vale decir Roma y Grecia. En ambas, y preciso resaltar, tanto la poesía como la música, fueron muy valorizadas pero el pueblo especialmente, por sus Mandatarios (emperadores, reyes, generales, gobernadores), pues esta historia de “pan y circo” esta tan antigua como el mundo.

Así, no tengo recelo alguno en afirmar que las verdaderas raíces de los
JUEGOS FLORALES están en la Roma Antigua, donde se celebraba una gran fiesta popular en homenaje a Flora – diosa de las flores y los jardines, amada de Zéfiro y madre de la Primavera.Flora es una des las mas antiguas divinidades itálicas. Inicialmente venerada como diosa de las semillas y los frutos, se transformo en una diosa que presidía todo aquello que florecía, por eso mismo es la diosa de las flores y los jardines, como he dicho arriba. Ovídio, identificando a Flora la ninfa griega Clóris,nos relata de su casamiento con Zéfiro, el dios de la brisa ligera. Los romanos instituirían, en su honra,

Florales, que eran celebrados en la primavera.

En la época de los Emperadores, esos eventos se fueron transformando, al poco tiempo, en competencias poéticas, promovidos por asambleas literarias, cuyos vencedores recibían aclamaciones públicas y eran coronados con rosas, de mirto y de laureles.

El tiempo pasó.
En la Europa Medieval, el romanticismo la época propicio el aparecimiento da poesía trovadoresca, basada en estructuras poéticas diferentes de las del moderno troverismo. El trovador mas antiguo que se conoce, Guillermo de Poitier, Duque de Aquitania, vivió de 1071 a 1127.
La poesía trovadoresca tuvo en su período áureo en el siglo XII, entre 1140 y 1250, después de que fue decayendo año por año. Como siempre, en todos los lugares, ese hecho comenzó a ser percibido, especialmente en los medios literarios. Hasta que, en 1323, en Toulouse Francia un grupo compuesto de siete poetas organizo y fundó lavAcademia de los Juegos Florales que, de salida, promovió un concurso poético, ofreciendo al vencedor una violeta de oro.

Innúmeros de poetas participaron en ese certamen, que tuvo su fiesta de encerramiento el día 1 de mayo de 1324, y cuyo vencedor fue el trovador Arnald Vidal, de Castelaudary, obteniendo el 1o lugar con una poesía sobre la Virgen Maria.

Notando que el evento obtuviera el suceso deseado, y sobretodo para preservarlo, fue creado el “Consultorio de los Siete Mantenedores”, que se componía de los propios poetas fundadores de la Academia, por lo menos inicialmente.

El evento pasó a ser realizado anualmente, premiando siempre a los poetas vencedores con joyas de oro y plata, en formato de diferentes flores: violetas, rosas, claveles, etc. Dicen algunos compendios que se origino de ahí la denominación JUEGOS FLORALES, mas, como indaga Aparício Fernandes (La Trova en Brasil) “es posible que los poetas tolosanos tengan también tomado en cuenta Diosa Flora tradición de los antiguos romanos”. Parece mas sensata esa idea.

Años mas tarde, en 1363, D. Juan I, de Aragón, creó en Barcelona, en España, el Consultorio de Gaia Ciencia – ciencia de lo bello, representado en forma poética, promoviendo también Juegos Florales, y eligiendo anualmente una reina. Puede estar ahí el surgimiento de la Musa de los Juegos Florales, hoy figura obligatoriamente en todos los eventos promovidos en Brasil, y que pueden desempeñar un papel relevante en términos de gracia, belleza, relaciones públicas, simpatía y todo lo de mas.

Figuran entre los victoriosos de los Juegos Florales de la Edad Media algunos de los mayores logros de la literatura francesa: Volteire, Chateaubriand, Víctor Hugo, Lamartine, Copée, entre otros. El cierre del evento era abrillantado, varias veces, con la presencia del propio Rey.

Diversos países asimilaron los JUEGOS FLORALES. Portugal fue uno de ellos, tal vez el principal. La Emisora Nacional, de Lisboa, los promovía todos los años, eligiendo, en cada edición, el príncipe de los poetas portugueses.

También eran promovidos en Coimbra, Oporto, Higuera de Foz, Almada, Angra del Heroísmo, Quelimande, etc. Y así también en las provincias de África, en ciudades de Angola, tales como Benguela, Cubal, Nueva Lisboa, Ganda, Armazón de Pera, Lobito y otras.

Se cree que la trova haya sido introducida en los Juegos Florales justamente en Portugal, donde había muchos poetas cultores de ese género poético.

Aún hoy se realizan diversos Juegos Florales en Portugal, promovidos por emisoras de radio, periódicos y entidades culturales. El “Periódico de Noticias”, del Puerto, realiza, anualmente, desde 1920, un Concurso de cuartillas de San Juan, recibiendo miles de cuartillas “, pues es así que es conocida la trova en Portugal, llegando a recibir quince mil en un año.
Así también en Italia y hasta en Chile, donde se tiene noticia de que fueron promovidos Juegos Florales en el inicio del Siglo XX.


JUEGOS FLORALES EN BRASIL


En la ciudad de los Santos, los años de 1914, 1915 y 1916, fueron promovidos Juegos Florales, por el Liceo Femenino Santista, teniendo por base géneros poéticos que era la trova, sabiéndose poco o casi nada al respeto, pues no hay registro escrito consistente para un estudio más purificado. Lo que se sabe, sí, es que no ganando éxito, la idea fue abandonada.

El marco, en la verdad, de los JUEGOS FLORALES en Brasil es 1958.

I JUEGOS FLORALES DE NOVA FRIBU, bajo los auspicios de la Academia Friburguense de Letras, una vez que aún no existía la Unión Brasileña de Trovadores, fundada en 1966, cuando asumió de una vez el evento. El tema del concurso de trovas fue AMOR, y el Primer colocado fue el trovador minero, de Belo Horizonte, RODRIGUES CRESPO. A continuación las diez trovas victoriosas y sus autores:

1º Lugar:

No me llames de señor,
que no soy tan viejo así,
pues a tu lado, mi amor,
no soy señor... ni de mi!

RODRIGUES CRESPO
( Belo Horizonte / MG)


2º Lugar

Yo amo la vida, querida,
con todo el mal que ella tiene!
solo por el bien que hay vida,
poder querer bien me viene.

ANIS MURAD
( Rio de Janeiro / RJ )


3º Lugar

Yo sigo en mi vida rota,
vencido, con gran dolor
me causaron mi derrota
mis victorias en amor.

COLBERT RANGEL COELHO
( Rio de Janeiro )

4º Lugar

Dudas tu que en una trova,
pude encerrar nuestro amor?
en si la hostia es prueba nova
no cabe nuestro Señor?

JESY BARBOSA
( Campos / RJ


5º Lugar

Tu visión se permanece,
en mi mirar, nunca huyó.
El lago nunca oscurece
la estrella en que le refluyo.

RAUL SERRANO
( Rio de Janeiro )

6º Lugar

Es rico...más que tristeza!
vacío esta el corazón...
sin el amor es pobreza,
mas triste sin emoción!
JESY BARBOSA
( Campos)

7º Lugar

Si mucha gente supiese,
como cuesta querer bien,
la gente gozo tuviese,
no gozar nadie también!
OCTAVIO BABO FILHO
( Rio de Janeiro)

8º Lugar

No te prendas al dolor,
ni nombres quien te olvidó
quien quiere morir de amor,
vive del amor muerto ido.
WALTER WAENY
( Santos / SP)

9º Lugar

Toda belleza da vida,
todo encanto va muy bien,
de gente saber, querida,
de alguien es vida también.
LEILA RIBEIRO FERREIRA
( Belo Horizonte)

10º Lugar

Busque amor no tenga duda,
desventura hacer matiz.
En la vida, amar ayuda,
es mas que de ser feliz!

CLEA MARINA
( Rio de Janeiro )


La divulgación del concurso, así como del evento como uno todo, ocupó al periódico EL GLOBO, del Río.

La transportación Friburguense colocó un autobús a la disposición, para transporte de la caravana de trovadores, a partir de Río de Janeiro, como hace hasta hoy. Cada hotel concedió una cuota de diarias, los restaurantes dieron su contribución, el comercio y la industria (Nova Friburgo tiene incontables industrias de lencería, codiciada por las mujeres) preparan brindis.

Las fiestas fueron realizadas los días 13, 14 y 15 de mayo de la 1960, con la presencia de autoridades e intelectuales, entre los cuales el Alcalde ciudad, Dr. Amâncio Azevedo, Antonio Olinto, del Periódico EL GLOBO, el romancista JORGE AMADO, y tantos otros.

Así, Nova Friburgo pasó a ser conocida como la cuna “de los Juegos Florales en Brasil”, título dado por el propio Luiz Otávio. Es preciso decir, sin embargo, que, en 1959, hubo dos eventos semejantes, que no reclamaron para sí este título, se sabe allá porque: el programa “TV Poesía”, de la TELE Río, presentado por J. G. de Araújo Jorge (semanalmente era escogida una trova por un cuerpo de jurados y, en la finalísima, electa la campeona, tal como había en el Programa Sílvio Santos allá por la década de 80, con la denominación de "la historieta de la semana", y la Revista “Vida Doméstica”, concurso de lo cual el propio Luiz Otávio fue Juez. Probablemente porque se utilizaron sólo de la denominación “Juegos Florales” cuando, en la verdad, se trataban sólo de concursos.

Más adelante veremos la diferencia entre uno y otro.

Los Juegos Florales se inician siempre por uno o más Concursos de Trovas, condición tramada y bien conducida por Luiz Otávio y J. G., ya citada anteriormente; Ellos forman la base del evento. Sin concurso de trovas, no hay Juegos Florales. De hecho, pienso, que todo gran concurso en que se hacen festividades en su final, en la verdad, son Juegos Florales disfrazados de concursos (Ejemplos: Concursos de Trovas de Sao Paulo el Concurso de Trovas de Belén, Concursos de Trovas de Barra do Piraí).
Pudierase, sin embargo, añadir otros concursos (de crónicas, cuentos, sonetos, haicais, fotografías, poesía moderna, etc). Entonces, la entidad promotora o realizadora del evento se reúne y comienza a tratar del mismo a partir de uno o más concursos. Inmediatamente después vamos a explicar el porque de ese “o más concursos”. Y la primera providencia que se toma es la formalización de una normativa para el concurso, indicando a los postores las directrices que deben seguir para participar del mismo. Son dictadas, entonces, las normas. Suministramos, a continuación, un modelo de reglamento, que es obvio, puede ser modificado siguiendo las conveniencias particulares de cada evento.


FESTIVIDADES:

Las festividades de los Juegos Florales son, justamente, la diferencia entre los muchos concursos poéticos y literarios en general. En verdad, las fiestas de Juegos Florales es que forjaron la denominación de cofradía de los trovadores brasileños. Cofradía esta que sólo existe entre los trovadores; no existe, por ejemplo, entre los jugadores de fútbol, los pilotos automovilísticos, los cantantes, etc. Y porque? existe esta cofradía? Porque las festividades de Juegos Florales son, antes que nada, grandes encuentros de fraternidad, de cambio de ideas, de fortalecimiento de amistades. Jamás de "iglesitas" , como intentaron alardear. En verdad, esos grandes e importantes encuentros de trovadores que se realizan en todo el territorio nacional, ha propiciado el surgimiento de nuevos trovadores y brillantes y antológicas trovas. No tengo duda ninguna de que la convivencia es siempre un estímulo para la creación. En las festividades, a las cuáles corren los victoriosos, obligatoriamente, en la medida en que pudieran, invitados, intelectuales, periodistas, patrocinadores y colaboradores son realizadas recepciones, recitales, lanzamientos de libros, misa en trovas, comidas típicas, sesión solemne de entrega de premios, paseos históricos y turísticos.

LIBRO:

Se hace casi obligatoria la edición de un libro o libreto con las trovas victoriosas, comisiones, direcciones y los colaboradores o patrocinadores, no importa la tirada (mientras más, mejor) que es siempre distribuido gratuitamente a los trovadores participantes y a los presentes en las fiestas. Es el registro escrito del evento, que debe ser remitido a las bibliotecas, profesores, autoridades y prensa. El libro, así como la estancia y las comidas (cuando sea posible, es claro), deben ser una complementación del premio a los victoriosos.

ENTREGA DE PREMIOS:

La Sesión máxima de las festividades de los Juegos Florales debe ser la solemnidad de entrega de premios. Debe ser escogido un local adecuado, amplio, siendo que, con anticipación, deben ser dispuestos en una mesa especial los trofeos, medallas, diplomas, homenajes, brindis, etc, todo en el debido orden para que no haya contratiempos en la hora de la entrega. A esta viene obligatoriamente ser invitadas las autoridades del municipio, aunque no hayan colaborado en nada. Se puede abrillantar la solemnidad con mini-charla sobre la trova, presentación musical, una comida (almuerzo, cena o cóctel), danzas, etc.

El Himno Nacional, en la apertura de la sesión, le presta un aire cívico y de seriedad. Es casi una obligación. La sonorización del acto es también obligatoria, hasta para que se oiga con exactitud las trovas dichas por los propios autores que, a veces, no son buenos declamadores.

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